Epilepsia, o que e isso?
Quando
uma pessoa tem uma crise convulsiva (desmaio, convulsão, “acesso”, ausência)
sem motivo aparente e esta crise se repete ela pode ter epilepsia. O que ocorre
e um desequilíbrio nos mecanismos de excitação e inibição das membranas dos
neurônios dentro do cérebro e este grupo de neurônios gera alterações pelo
corpo: olhar parado, piscamento de olhos, desvio do pescoço, dificuldade para
falar e língua enrolada, sialorreia (babar), rigidez de membros, movimentos nos
membros, alteração de comportamento, amolecimento súbito do corpo com queda ao
chão, desmaio e sonolência, entre outros.
A crise
pode ser focal (o foco e um grupo de neurônios do cérebro: região motora que
controla o braço esquerdo, por exemplo) ou generalizada (acomete os dois
hemisférios do cérebro, gerando movimentos involuntários dos dois lados do
corpo com ausência total de contato com o meio externo durante a crise, o que
chamamos de perda de consciência).
Como diagnosticar e tratar a epilepsia?
O
neurologista, em caso de crianças, o ideal e que seja especializado no
atendimento a esta fase, inicia uma conversa para saber em que situação a crise
ocorreu, de preferencia com a presença de alguém que possa ter visto a crise
ocorrendo. Importante também verificar se a pessoa e saudável ou tem mais
alguma condição que possa causar esta situação. Depois de uma conversa
cuidadosa, ele realiza um exame neurológico onde avalia as funções cognitivas,
motoras, perceptivas (sensoriais), os reflexos, o equilíbrio e a marcha. Como as
crianças estão em constante modificação, o exame neurológico evolutivo vai
assegurar, através de algumas provas, se a criança ate os 7 anos esta de acordo
com sua idade cronológica.
A
partir dessa etapa o medico solicita exames específicos: para ver a estrutura
do cérebro (tomografia ou ressonância) ou avaliar a atividade elétrica
(eletroencefalograma, EEG), ou o que for necessário dependendo de cada caso.
Apos a
avaliação destes exames, o neurologista decide se ha necessidade do uso de
medicamentos, escolhe o tipo mais seguro e eficaz (cada tipo de epilepsia tem
um medicamento ideal), orienta como usar o medicamento escolhido, explica os
efeitos no organismo e acompanha o resultado vendo o paciente em períodos
regulares.
E muito
importante a realização de exames para assegurar a segurança dos medicamentos
pois sao utilizados por longos períodos. Exames de sangue podem ser pedidos 2 a
3 x/ano, isso nao significa que o problema e grave ou nao esta tendo melhora, e
apenas a rotina para estes casos.
E muito
importante que a família sinta segurança com as informações do medico e
esclareca todas as suas duvidas nas consultas para evitar situações de
ansiedade. O ideal e manter a rotina da pessoa com epilepsia o mais normal
possível, para que ela se sinta capaz de realizar todas as suas atividades
cotidianas sem prejudicar sua auto-estima e a relação com as pessoas ao seu
redor.
Em se
tratando de crianças... elas dependem do cuidado exclusivo dos pais e
cuidadores que devem administrar a medicação como indicada (doses e horários)
nas receitas medicas! Quando os pais esquecem de dar alguma dose ha o risco de
ocorrência da crise e o medico nao pode se responsabilizar por isto de maneira
nenhuma! Se o paciente ou quem cuisa nao concordar com o tipo de medicamento, a
dose, horário ou tiver alguma duvida em relação a algum efeito, NAO MODIFIQUE O
TRATAMENTO POR CONTA PROPRIA SEM ANTES CONSULTAR SEU MEDICO!!!
Ah!!! E
a aprendizagem escolar e importantíssima! Por isso... se o neurologista quiser
olhar os cadernos, boletim, encaminhar algum tipo de questionário para a escola
ou solicitar relatórios... nao pense que ele e um enxerido! Tao importante
quanto acabar com as crises e assegurar o sucesso do paciente em todos os
aspectos de sua vida pratica.
O
neurologista pode encaminhar o paciente e/ou sua família para uma conversa com
um psicoterapeuta se perceber que o dialogo devera ser mais profundo e
orientações comportamentais e educacionais serão de grande ajuda nestes casos.
IMPORTANTE!
Casos
mais sérios de epilepsia podem ocorrer, com crises mais complicadas,
repetitivas, mesmo com o uso adequado de medicamentos e a atenção dedicada e
competente do medico. Embora nao seja a regra, estes casos sao difíceis para
todos os profissionais, mesmo os especialistas, e além de causarem sofrimento
na pessoa que tem as crises e sua família, os médicos envolvidos também sofrem
a fim de resolver o problema da melhor forma possível. Portanto, confiança e
comunicação sao essenciais para que a relação entre paciente/família e medico/psicoterapeuta
se estabeleca positivamente.
Sites
sérios para esclarecer duvidas (cuidado com as informações na internet,
principalmente leigas, a famosa “politica do terrorismo”):
www.aspebrasil.org
10. Não jogue água sobre ela.
Como Proceder Durante as Crises Epilépticas?
1. Coloque a pessoa deitada de costas, em lugar confortável, retirando de
perto objetos com que ela
possa se machucar, como pulseiras, relógios, óculos;
possa se machucar, como pulseiras, relógios, óculos;
2. Introduza um pedaço de pano ou um lenço entre os dentes para evitar
mordidas na língua;
3. Levante o queixo para facilitar a passagem de ar;
4. Afrouxe as roupas;
5. Caso a pessoa esteja salivando muito, mantenha-a deitada com a cabeça
voltada para o lado, evitando
que ela se sufoque com a própria saliva;
que ela se sufoque com a própria saliva;
6. Quando a crise passar, deixe a pessoa descansar;
7. Verifique se existe pulseira ou outra identificação médica de emergência
que possa sugerir a causa da
convulsão;
convulsão;
8. Nunca segure a pessoa (deixe-a debater-se);
9. Não dê tapas;
10. Não jogue água sobre ela.
CRISES CONVULSIVAS FEBRIS
Embora esta situação seja dramática
para quem presencia, nao e rara a ocorrência de uma crise convulsiva quando a
criança esta com febre.
A elevação da temperatura gera uma
alteração na membrana do neurônio que se excita e provoca a crise convulsiva:
olhar parado, aumento de saliva, cianose nos lábios, palidez, corpo todo rígido
podendo também ocorrer movimentos de contração ou “tremores” dos membros com
perda de contato e sonolência apos a crise. Criancas de 6 meses a 6 anos podem
ter esta condição sem que signifique que haja
algum problema neurológico, porem, so o neuropediatra pode assegurar a
condição benigna apos avaliação do caso e exame detalhado feito durante
consulta medica.
Casos semelhantes podem ter ocorrido
em um dos pais ou familiares próximos pois fatores genéticos também estão
envolvidos nas crises febris.
O que fazer quando sua criança tiver
febre?
Se a
criança NUNCA teve crise convulsiva durante a febre:
* Se a temperatura estiver = ou >
que 37,8 graus:
1. Administre um antitérmico prescrito por seu pediatra de acordo com o
peso da criança
2. De um banho morno para frio por 30 minutos
3. Leve a criança ao pediatra para descobrir a causa da febre
Se a criança JA teve crise convulsiva
durante o episodio de febre:
* Se a temperatura estiver em 37,5
graus:
1. Administre um antitérmico como na dose ideal pelo peso
2. Administre o medicamento prescrito pelo neuropediatra como orientado
(na maioria das vezes, deve ser repetido apos 12 h, nos primeiros dias de
febre)
2. De um banho morno para frio por cerca de 30 minutos
4. Leve a criança ao pediatra para descobrir a causa da febre
Se mesmo com as orientações acima, a
criança ainda tiver recorrência de crises febris, uma reavaliação deve ser
feita pelo neuropediatra a fim de considerar outros problemas associados ou
prescrever outro tipo de tratamento.
IMPORTANTE! Crises febris sao
condições benignas que nao causam sequelas neurológicas em crianças com
desenvolvimento normal. No entanto, SEMPRE que a criança tem uma crise convulsiva,
ela deve ser encaminhada para o pronto-atendimento medico a fim de ser avaliada
pelo pediatra para que condições mais graves sejam excluídas.
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